11 fevereiro 2012

ENTENDA O ADIAMENTO DA DECISÃO PELAS DEVIDAS CIDADES DO VALE A SEDIAREM O CAMPI DA UFVJM

A reunião de 10 de fevereiro de 2012 para decisão das cidades dos vales do Jequitinhonha e Mucuri que devem receber o Campus da UFJM virou discussão e motivo de protestos. O assunto já havia sido retirado da pauta, mesmo assim as caravanas se mantiveram e garantiram a presença de cidadãos do Vale na reunião do CONSU (Conselho Universitário) desta sexta, em Diamantina.

A decisão sobre as cidades do Baixo, Médio e Alto do Jequitinhonha que serão incluídas no PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional) para receber o campi acabou sendo adiada para a primeira sexta-feira do mês de março, em 02/03/2012, o que pode prejudicar muito expansão para os Vales.

Na reunião, o item sobre a expansão do campi era o sétimo a ser votado, mas o reitor pulou do sexto para o oitavo item. Quando chegou ao ponto de discussão sobre a expansão da UFVJM para dentro do Vale, o Reitor debochou disse que “iria ler uma carta do Movimento A UFVJM é nossa! como uma deferência, porque se fosse ler toda correspondência que chegava lá não tinha reunião que terminava”. E leu a carta do Movimento ao CONSU, solicitando que naquela reunião fossem definidas as cidades que seriam sedes de campus, baseado em critérios técnicos e geopolíticos, não adiando mais tal decisão, para evitar o açodamento e a rixa entre cidades, demonstrando objetivamente as enormes desvantagens em se adiar novamente a decisão. Mesmo assim, ele reafirmou que não iria colocar o ponto  em discussão, jogando a responsabilidade na Comissão formada que não indicou diretamente as cidades estudadas. A carta ainda citava o oportunismo de políticos, que se aproveitam do ano eleitoral para se promoverem frente ao movimento que emergiu em todo Vale do Jequitinhonha.

O adiamento se deu devido o relatório incompleto que o CONSU apresentou. No relatório não havia indicação das cidades adequadas de cada localização geográfica para receber o campi. Caso o conselho não quisesse definir as cidades, deveria deixar bem claro que não iria emitir parecer sobre qual cidade é mais capacitada. Contudo, foi o próprio reitor quem não ofereceu condições para os membros da Comissão irem até as cidades fazerem reuniões ou audiências, negando a liberação de diárias. Mesmo assim, a Comissão formada por dois professores, três técnicos administrativos, um estudante e um representante da comunidade, fizeram o relatório.

O conselheiro Bruno Gonçalves, técnico administrativo, e membro da Comissão, disse que o relatório foi realizado, tendo ouvido sete cidades que pleiteavam ser sede de campus. Durante dois meses, foram feitos estudos e reuniões com grupos técnicos das cidades e que os dados de cada uma estavam no relatório. De forma irredutível, o Reitor não mudou de posição, negando a discussão de campus no Vale.

Manifestantes presentes de várias cidades do Vale, como Almenara, Araçuaí, Berilo, Capelinha, Diamantina, Itamarandiba, Itaobim, Itinga, Minas Novas e Virgem da Lapa protestaram contra o autoristarismo da reitoria. Ele negou taxativamente a inclusão do debate sobre expansão da UFVJM e aprovação de campus no Alto, Médio e Baixo Jequitinhonha. Foi ouvida uma vaia sonora de mais de trezentas pessoas presentes no salão de reunião. Pedro Ângelo pediu para que os manifestantes se retirassem dali. Muitos gritaram: “Daqui ninguém as!i” e começou uma série de protestos individuais e coletivos.

Os manifestantes viraram-se de costas para o Reitor e entoaram o Hino Nacional, emocionados. Alguns conselheiros saíram de suas mesas e acompanharam os manifestantes. Logo depois, ouviam-se gritos de “O povo unido jamais será vencido!”, “O Vale unido jamais será vencido”, “Abaixo a ditadura!”e “A luta continua”.

Por mais de duas horas, os manifestantes se mantiveram no saguão da Reitoria, dando entrevistas a jornais e à TV do Vale, de Diamantina. Os jornalistas estavam indignados, porque o Reitor havia expulsado a imprensa do Plenário do CONSU, perguntando quem os havia convidado, que “Aquilo não era a casa da mãe Joana”. Um jornalista retrucou:  “Eesta casa é do povo, não é do Reitor também não”.

No saguão, estudantes de Araçuaí e Capelinha cantavam a música do Legião Urbana “Que país é este?”.   “Em Diamantina, no Senado, sujeira pra todo lado”. E gritavam o bordão: “Que país é este? Que país é este?”.

Os representantes das caravanas das cidades conversaram com vários conselheiros que manifestaram o sentimento e a percepção que o Reitor não quer aprovar nada pro Vale, quer protelar, empurrar com a barriga, adiando sempre. Até passar o momento em que a Presidenta Dilma Roussef apresentará um novo Plano de Expansão das Universidades Federais, entre março e abril. Há um temor das lideranças comunitárias, sociais e políticas da região que a decisão de adiamanto do Reitor seria para não inclusão da UFVJM de mais campus.

Assim, só ficaria aprovado a criação de campus em Unaí e Janaúba que não precisou de projeto, nem de nenhum relatório embasado com diagnóstico para ser aprovado pelo CONSU. O Reitor fez tudo o que era preciso, inclusive visitando pessoalmente as cidades e propondo campus com maior estrutura do que o de Teófilo Otoni que está abandonado pela administração que só pensa em investir em Diamantina.

Fica a pergunta, Porque Janaúba e Unaí merecem ter um campus da UFVJM e cidades do Vale não?

Confira a reportagem feita pela Rádio Aranãs FM.

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